O mês de Outubro é dedicado a diversas iniciativas que fortaleçam o trabalho missionário de anúncio do Evangelho pelo mundo. Dessa forma, a Igreja convida a todos nós a durante este mês intensificarmos as nossas orações por todas as obras missionárias e a no penúltimo domingo deste mês (dia 23) contribuir com as obras missionárias levando uma pequena doação às missas em nossas paróquias, lembrando que “toda a Igreja é missionária e a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus” (Ad Gentes, n. 35). Neste ano, a Campanha Missionária tem como tema Missão na Ecologia e, como lema “A misericórdia de deus é para todos” (Eclo 18,22b).
Nesse espírito de missão, no dia 1º do mês a Igreja nos convida a celebrar a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus que, em 1929 foi escolhida como a Padroeira das missões pelo Papa Pio XI. Mas, Santa Teresinha não viveu sua vida dentro de um convento? Como pode então ser considerada Padroeira das Missões? Pois bem, mais do que além-fronteiras o primeiro espaço de missão de cada um de nós é nossa casa. Nesse sentido, Santa Teresinha mostra-nos que toda sua vida foi dedicada à oração pela consagração dos sacerdotes e nisso consistiu sua missão. O exemplo de Santa Teresinha ultrapassou os muros de seu convento, sua missão foi frutuosa, cheia de vida. Cumpriu o seu desejo: “Passarei o meu céu fazendo o bem na terra”.
De fato, Santa Teresinha do Menino Jesus compreendeu bem o que é ser missionário, o que é ter espírito de missão. Como ela mesma dizia: “Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor”. O espírito de missão exige tamanha abertura para o novo, exige ternura para o acolhimento do diferente, exige assim como na parábola do Bom Samaritano (Lc. 10,30-37), disponibilidade e vontade de servir, isto é, exige amor. O missionário “deve estar preparado a dedicar a vida à sua vocação, a renunciar a si e a tudo o que até então considerou seu, e a fazer-se tudo para todos” (Ad Gentes, n. 24).
Assim como Cristo foi enviado ao mundo pelo Pai para realizar uma missão que garanta o homem o direito de participação no Reino dos céus, assim Ele envia a cada um de nós quando exclama “Ide, pois, e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto eu vos mandei. E eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,18-20). Agora é a nossa vez, devemos aceitar o chamado de Jesus e dar testemunho de tudo quanto recebemos da Igreja a fim de que Cristo se torne conhecido por todos.
Caríssimos, para ser um missionário não se faz necessário ser padre, religioso (a), seminarista. Basta amar a Deus, a Cristo e a Igreja. Basta estar aberto ao Espírito Santo deixando com que Ele mesmo ilumine a nossa vida e que a luz que está em nós resplandeça em toda a terra (Mt 5,14-16).São Paulo em sua primeira carta aos Coríntios 9,16 exclama “Ai de mim se eu não evangelizar”. Esse é o sentimento que todos nós deveríamos ter. Todos somos batizados, todos somos responsáveis de fazer o anúncio do Evangelho.
Mais uma vez faço uso dos ensinamentos de Santa Teresinha, Padroeira das Missões: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”. O que mais dizer a respeito de tão grande missionária? Realmente, a missão começa dentro de si mesmo, fazendo com que o próprio coração seja capaz de aceitar a proposta de amor de Cristo. Com certeza a maior de todas as missões ainda a ser realizadas neste mundo é aquela deixada por Jesus: “Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo” (Mc 12,33). Quando compreendermos o tamanho dessa missão e a colocarmos em prática esse será um grande passo rumo a Jerusalém Celeste.
Por fim, falar de missão não é fácil. É mais fácil sê-lo. Você não sabe como? Ame sua família, participe de sua comunidade, seja um verdadeiro testemunho do amor a Deus e ao próximo e com certeza te tornarás um grande missionário. Não são as grandes ações, mas é um grande coração que é capaz de fazer ecoar no mundo a mensagem do Evangelho.
Que pelo exemplo e testemunho de Santa Teresinha do Menino Jesus e de tantos missionários (as) que dedicaram sua vida ao anúncio do Evangelho que cada um de nós se sinta chamados a essa missão e nos coloquemos a serviço de Cristo e da Igreja a fim de que “Cristo seja tudo em todos” (Col 3,11).
Neri Dione Squisati
Seminarista 2º ano de Teologia
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