sábado, 21 de agosto de 2010

O impacto do álcool na família

Desafios e ameaças às famílias:

Muitos são os problemas de nossas famílias, mas o álcool é um dos maiores vilões.

Falar do consumo do álcool implica distinguir entre o consumo moderado e o excessivo. Muitas famílias sofrem os malefícios quando é consumido em excesso. As famílias muitas vezes não estão sensíveis para este problema, desculpando e desvalorizando os consumos dos seus filhos e sem querer estão incentivando e perpetuando um padrão de consumo de risco com danos claros para a própria pessoa e para a família.

TESTEMUNHO:

ÁLCOOL: UM ESTRAGO EM MINHA VIDA

Apenas com 9 anos de idade, experimentei o meu primeiro gole de bebida alcoólica. Lembro-me, foi em uma festa familiar, na passagem de ano.

Depois, fui crescendo e de vez em quando tomava alguma bebida, por volta de 14 anos, comecei a tomar em maior quantidade por ocasião das festas e quermesses que aconteciam na minha paróquia e nas festas juninas nas escolas; reunia-se ali com alguns amigos da mesma idade e aproveitávamos porque tudo era festa.

Com 15 anos, comecei a trabalhar, após o expediente, passávamos pelo bar onde rolavam alguns aperitivos. Com o passar dos anos, de simples aperitivos, passaram para as grandes rodadas. Comecei a freqüentar os bailes, eram várias noitadas e o álcool sempre presente, cada vez com maior intensidade; deslocava-se para as cidades vizinhas e cada vez o perigo redobrava, pois, era uma combinação de álcool e direção. Quando me dei conta, estava bebendo todos os dias: eram praias, festinhas, casamentos, sem contar os churrascos, com muita carne gorda e cerveja gelada, três a quatro vezes na semana; pensava em parar, mas não conseguia, pois, o vício era mais forte.

Com 33 anos, prestes a me casar, pensava comigo, após o casamento eu paro de beber, mas, ainda não consegui me livrar. Casei-me com a Heliete (um Anjo que Deus colocou em minha vida); porém, sem ouvir seus conselhos, continuei a beber ainda mais; deixava o trabalho pelas 17:00 horas e corria para o bar, pois já era um dependente, voltava por volta de 20:00 horas, porém, quando tinha churrasco era só por volta da meia noite.

Passava mal, quase todos os dias eu vomitava após beber, cheguei a vomitar pelotas de sangue, pensei que eram pedaços de meu próprio fígado. Consegui ganhar 26 quilos de sobrepeso, aumento no colesterol, o triglicérides chegou a 600, quase seis vezes além do desejável.

Com 38 anos e minha filha com apenas 3 anos de idade, cheguei em casa de um churrasco e sem que eu percebesse ela ouviu eu passar mal. No dia seguinte, ela levantou bem cedo e foi correndo me perguntar: “papai o sr., sarou de ontem a noite?” Eu respondi: sarei, por que você ficou preocupada? “Sim, fiquei com medo!” Então eu disse: a partir de hoje não beberei mais. E dela ganhei um forte abraço. Muitas vezes, fui tentado a voltar beber, porém, lembrava daquela cena com minha filha e adquiria forças.

Fazem 8 anos, que deixei a bebida, não bebo nem cerveja sem álcool; nos primeiros anos foi difícil demais, abandonei tudo: “amigos”, o bar, festas, churrascos, convites não faltaram, mas, com a Graça de Deus, minha força de vontade, ajuda de minha esposa e filha, consegui derrotar este vício. Tudo mudou, tanto no aspecto familiar, como da saúde, voltando ao normal, o colesterol, triglicérides e a redução de peso. Em minha casa nunca mais entrou nenhuma bebida alcoólica, e aquelas que já existiam, com a ajuda de minha filha foram despejadas no ralo.

Portanto precisamos lutar contra esse assassino lento que nos elimina; que, não sejamos cúmplices, quando produzimos, comercializamos ou de qualquer forma estimulamos alguém a beber; quem sabe, começando a banir com o uso do álcool, em nossos lares, com a venda do mesmo nas festas em entidades religiosas e escolares, onde se deve pregar e ensinar a favor da vida.

Amadeu Davi Maziero (ex-alcoólatra).

Um comentário:

  1. Lindo exemplo de vida.Parabéns...vc é um gerreiro vencedor.Que Deus continue o abençoando sempre.

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